sexta-feira, 16 de novembro de 2012

"Vende-se Mudas"



“Vende-se Mudas”, grafava o anúncio num papelão, em letras toscas, aparentemente distante da concordância verbal. Afixada na beira da estrada de Mazagão, a placa chamou atenção de dois estrangeiros obstinados pelo tráfico de mulheres, que passavam chispados num Dodge. Freou e recuou. Prepararam uma chegança dissimulada, olhando para todos os lados, mas com tufos de Euros na capanga comprada na praça de Cayena, rota de despacho. Adentraram no terreno ao cair da noite, mas não encontraram qualquer indício de comercio de mudas dispostas a se prostituírem, exceto uma surda que, essa sim, em linguagem de sinal, apontou para o norte, Laranjal do Jari, de onde viera, mas que guardava para si. Um dos traficantes respondeu-lhe na mesma linguagem de sinais.
- De lá já vim e não “garimpei” nada.

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